domingo, 13 de julho de 2014

[Tecnologias a serviço do amor fraternal]




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São tempos de barbárie o que vivemos nesses dias ditos contemporâneos, sem dúvida. Vemos cada vez mais práticas aceleradas de robotização do humano, do homem tratado como máquina, como nos alertava Charles Chaplin em muitos de seus filmes. 

Não vamos muito longe e conhecemos ou escutamos falar de pessoas aparelhadas por dentro e por fora - do celular ao chip implantado em partes do corpo. E o que parece muito estranho é o fato de serem pessoas como nós, sem problemas físicos aparentes e não de pessoas com necessidades especiais. Há uma espécie de igualdade nesse quesito e nós mesmos e quem nos rodeia fazemos uso de algum tipo de prótese, sob a rasa alegação de que precisamos de cada extensão inventada, de cada novidade lançada ao mercado das veleidades. O argumento é sempre o mesmo: o novo, o inédito, o que facilmente ganha o rótulo de indispensável. Quase sempre são objetos que nos distanciam do que é natural. Atrativos que o consumo desenfreado nos oferece por meio de longas e pequenas prestações. Cada vez mais sedução, desejo e paixão por coisas descartáveis, não humanas, pelas quais muitos matam e morrem e se desvirtuam de sua essência humanista...

Mas..., nem tudo se perde no vácuo tecnológico e efêmero. Um bom exemplo do que se pode fazer com tantos aparatos que carregamos até mesmo no bolso é a iniciativa da Agência Mood, em São Paulo. Convidar leitores para narrar e gravar histórias infantis através de aplicativos que transmitem mensagens via texto e via voz. São ferramentas hoje tão comuns e que, com imensa facilidade, temos tomado conhecimento e incorporado ao nosso cotidiano. Vejam aqui a matéria na íntegra:

http://super.abril.com.br/blogs/planeta/gravacoes-feitas-no-whatsapp-viram-historias-de-ninar-para-criancas-de-abrigos/






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Saber que crianças sem lar, sem pais e quase sem afeto algum podem se beneficiar, de algum modo, ao escutar uma história, dá-nos alento bastante para renovar as esperanças em inventos que não estão a serviço apenas de mais e mais capital.

Com os dois pés no chão, espelhemo-nos neste exemplo. Mas claro que não dá pra se enganar com tão pouco e pensar que o mundo, muito em breve, será melhor para cada ser humano, com acesso ou não aos novos bens virtuais. É preciso mais e mais ações em prol do essencial ao ser, da dignidade humana que se mostra tão ameaçada e vulnerável há séculos, essa sim, espécie em vias de extinção!

Como é bom saber que podemos ir além da técnica e usá-la para criar ou estreitar laços assim, plenos em afeto, valores humanos capazes de ultrapassar quaisquer filtros!



Professora Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva (UNEB)
Dra. em Comunicação e Semiótica (PUC-SP)


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Imagem 1
http://www.tchulim.com.br/2014/02/amor/

Imagem 2
http://noisnatag.files.wordpress.com/2009/06/amor_odio2.jpg


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